Espaço destinado a servir de suporte ao espaço do Facebook "ESCOLA INDUSTRIAL E COMERCIAL DE ABRANTES-ANTIGOS ESTUDANTES E FUNCIONÁRIOS", e outras iniciativas que procurem guardar memórias da E.I.C.A. e recuperar o contacto com antigos colegas, professores e funcionários da E.I.C.A.
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
E.I.C.A.-Abrantes 1963/64, cp, turma 1, ano 1.º
Esta publicação é dedicada à Adelia, que era Vítor na E.I.C.A., e que é Victor no Facebook.
Ontem tornámo-nos amigos no Facebook.
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terça-feira, 30 de agosto de 2011
Quando deixei de ser supersticioso... arrependi-me logo a seguir!
Quando entrei no Ciclo Preparatório, entrei com uma superstição, baseada na expressão popular que diz para entrarmos nas coisas com o pé direito. Hoje ainda se vê isso muito nos campos de futebol, não é?
Pois fiz isso mesmo, entrei logo no primeiro dia de aulas do 1.º ano com o pé direito. E sempre assim fiz esse ano, e assim reentrei na escola no 2.º ano do ciclo. Até que um dia achei que aquilo, se calhar, era uma patetice; além disso, já estava a começar a ficar farto de tantas vezes ter de acertar o passo à entrada da escola. Pronto, um dia, enchi-me de convicção e com algum exagero mesmo entrei com o pé esquerdo.
Não sei porquê, tenho ideia de ter sido a uma terça-feira, pormenor que provavelmente não tem importância nenhuma.
Ora aconteceu que nesse dia tínhamos aula de Matemática, com o professor "Cocita", lembram-se? Pois bem, nessa aula ele chamou-me ao quadro e fez-me uma chamada sobre ângulos e triângulos, com revisão de alguma matéria do 1.º ano. A coisa não correu bem. No fim da chamada, eu, ali no estrado, virado para a turma toda e para ele, que estava sentado numa das carteiras dos alunos, ouvi-o dizer-me: "Ai, ai, senhor Pinto, como isso anda!... Tem 8!..." Foi um oito prolongado, que o professor parecia que não queria parar de dizer, aposto que porque sabia o efeito que estava a provocar em mim e estava a divertir-se com isso. (Os pruridos que hoje em dia há em falar em coisas das escolas e das aulas obrigam-me a dizer que ele não estava a ser nada ofensivo, era o jeito dele, como a gente bem lhe conhecia) Depois ainda se levantou, veio na minha direção e "afagou-me" as orelhas naquele seu estilo muito pessoal.
Eu nunca tinha tido, até ali, uma negativa, nem em testes, nem em chamadas!...
Já estão a ver o que aconteceu a seguir: voltei imediatamente à superstição de entrar com o pé direito na escola, pois claro! (Evidentemente, também tive o cuidado de passar a estudar um pouquinho mais de Matemática. No ano a seguir, já no curso comercial, voltei a ter uma experiência parecida, a Direito Comercial, com o professor Consciência, depois contarei essa ocorrência noutro apontamento neste blogue)
Só no 5.º ano me decidi outra vez a ousar quebrar a superstição. E não aconteceu nada de mal no dia em que o fiz! Boa! E pronto, até hoje. Mas nunca mais me esqueci daquela manhã em que fui "forte" a entrar na escola com o pé esquerdo. Quantas vezes, agora, a entrar na escola em que dou aulas, me lembro do que aconteceu. Até já houve alunos que me perguntaram: "Ó 'stôr', porque é que se vai a rir assim?..." "Um dia vos conto..." respondo-lhes eu. Mal sabem eles que quem vai naquele momento a entrar na escola é o o aluno, de farda azul, à entrada da sua escola, em Abrantes, que um dia ousou desafiar o saber supersticioso das culturas populares... e se tramou com isso!...
Pois fiz isso mesmo, entrei logo no primeiro dia de aulas do 1.º ano com o pé direito. E sempre assim fiz esse ano, e assim reentrei na escola no 2.º ano do ciclo. Até que um dia achei que aquilo, se calhar, era uma patetice; além disso, já estava a começar a ficar farto de tantas vezes ter de acertar o passo à entrada da escola. Pronto, um dia, enchi-me de convicção e com algum exagero mesmo entrei com o pé esquerdo.
Não sei porquê, tenho ideia de ter sido a uma terça-feira, pormenor que provavelmente não tem importância nenhuma.
Ora aconteceu que nesse dia tínhamos aula de Matemática, com o professor "Cocita", lembram-se? Pois bem, nessa aula ele chamou-me ao quadro e fez-me uma chamada sobre ângulos e triângulos, com revisão de alguma matéria do 1.º ano. A coisa não correu bem. No fim da chamada, eu, ali no estrado, virado para a turma toda e para ele, que estava sentado numa das carteiras dos alunos, ouvi-o dizer-me: "Ai, ai, senhor Pinto, como isso anda!... Tem 8!..." Foi um oito prolongado, que o professor parecia que não queria parar de dizer, aposto que porque sabia o efeito que estava a provocar em mim e estava a divertir-se com isso. (Os pruridos que hoje em dia há em falar em coisas das escolas e das aulas obrigam-me a dizer que ele não estava a ser nada ofensivo, era o jeito dele, como a gente bem lhe conhecia) Depois ainda se levantou, veio na minha direção e "afagou-me" as orelhas naquele seu estilo muito pessoal.
Eu nunca tinha tido, até ali, uma negativa, nem em testes, nem em chamadas!...
Já estão a ver o que aconteceu a seguir: voltei imediatamente à superstição de entrar com o pé direito na escola, pois claro! (Evidentemente, também tive o cuidado de passar a estudar um pouquinho mais de Matemática. No ano a seguir, já no curso comercial, voltei a ter uma experiência parecida, a Direito Comercial, com o professor Consciência, depois contarei essa ocorrência noutro apontamento neste blogue)
Só no 5.º ano me decidi outra vez a ousar quebrar a superstição. E não aconteceu nada de mal no dia em que o fiz! Boa! E pronto, até hoje. Mas nunca mais me esqueci daquela manhã em que fui "forte" a entrar na escola com o pé esquerdo. Quantas vezes, agora, a entrar na escola em que dou aulas, me lembro do que aconteceu. Até já houve alunos que me perguntaram: "Ó 'stôr', porque é que se vai a rir assim?..." "Um dia vos conto..." respondo-lhes eu. Mal sabem eles que quem vai naquele momento a entrar na escola é o o aluno, de farda azul, à entrada da sua escola, em Abrantes, que um dia ousou desafiar o saber supersticioso das culturas populares... e se tramou com isso!...
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Pólo norte - Se eu voltasse atrás
Não sou um saudosista. Até hoje, nunca o fui. Não tenho razões de queixa da vida, bem pelo contrário.
Lembro-me, lá perto dos meus 15 anos (mais ano, menos ano), de uma conversa que, um dia, lá na escola, ia tendo com o Cunca, na descida do campo de andebol para o pátio dos rapazes (sim, como a tv popularizou, nós "ainda somos do tempo em que" os pátios, as escadas de acesso e a maioria das turmas eram diferentes para rapazes e raparigas), em que dizíamos um para o outro, muito cientes das palavras que usávamos, que tínhamos que aproveitar o melhor possível os momentos da escola. É que tínhamos a perfeita consciência que estávamos a viver os melhores anos da nossa vida, precisamente os que, regra geral, deixam mais saudades.
Penso que mais alguém ia connosco, não éramos só os dois, mas hesito em identificar quem fosse. Por isso, o melhor é não fazê-lo. Era giro que mais alguém se lembrasse desta conversa!...
Não tenho dúvidas que há quem nunca mais queira voltar à sua infância e à sua juventude. Respeito quem assim sinta, e por isso não me atrevo a ser mais exuberante com a alegria e a satisfação dos meus verdes anos.
Os anos da meninice e da juventude são, na sua natureza psicológica, anos de ilusões e de magia; por isso nos deixam saudades bem especiais. Até acabei por vir a aprender a falar disto com os termos muitos técnicos da ciência que abracei na minha formação universitária, a Psicologia.
O que subscrevo inteiramente neste tema que os Pólo Norte interpretam (ou reinterpretam) é que daria mesmo alguns anos da minha vida para me voltar a encontrar com os meus velhos colegas de escola, exatamente assim como nós éramos nesse tempo. Um dia só que fosse, por meia dúzia de anos da minha vida! Ai não que não daria!
Não éramos amigos de todos, nem todos eram nossos amigos, é sempre assim. Mas todos tínhamos amigos, até os que diziam que não tinham amigos tinham amigos. Se nos encontrássemos todos outra vez, os que já eram nossos amigos, que bom iria ser revê-los!... E, quem sabe?, alguns dos nessa altura não eram nossos amigos passariam a sê-lo a partir deste dia!
Já viram o que seria a minha vaidade e a do Cunca a dizermos um ao outro: "A gente já sabia mesmo como ia ser esta coisa das saudades!..."?
Já viram o que seria podermos dar um abraço aos que já nunca mais poderemos abraçar?
Isto não é saudosismo, pois não?... Isto não é lamechice, pois não?...
Lembro-me, lá perto dos meus 15 anos (mais ano, menos ano), de uma conversa que, um dia, lá na escola, ia tendo com o Cunca, na descida do campo de andebol para o pátio dos rapazes (sim, como a tv popularizou, nós "ainda somos do tempo em que" os pátios, as escadas de acesso e a maioria das turmas eram diferentes para rapazes e raparigas), em que dizíamos um para o outro, muito cientes das palavras que usávamos, que tínhamos que aproveitar o melhor possível os momentos da escola. É que tínhamos a perfeita consciência que estávamos a viver os melhores anos da nossa vida, precisamente os que, regra geral, deixam mais saudades.
Penso que mais alguém ia connosco, não éramos só os dois, mas hesito em identificar quem fosse. Por isso, o melhor é não fazê-lo. Era giro que mais alguém se lembrasse desta conversa!...
Não tenho dúvidas que há quem nunca mais queira voltar à sua infância e à sua juventude. Respeito quem assim sinta, e por isso não me atrevo a ser mais exuberante com a alegria e a satisfação dos meus verdes anos.
Os anos da meninice e da juventude são, na sua natureza psicológica, anos de ilusões e de magia; por isso nos deixam saudades bem especiais. Até acabei por vir a aprender a falar disto com os termos muitos técnicos da ciência que abracei na minha formação universitária, a Psicologia.
O que subscrevo inteiramente neste tema que os Pólo Norte interpretam (ou reinterpretam) é que daria mesmo alguns anos da minha vida para me voltar a encontrar com os meus velhos colegas de escola, exatamente assim como nós éramos nesse tempo. Um dia só que fosse, por meia dúzia de anos da minha vida! Ai não que não daria!
Não éramos amigos de todos, nem todos eram nossos amigos, é sempre assim. Mas todos tínhamos amigos, até os que diziam que não tinham amigos tinham amigos. Se nos encontrássemos todos outra vez, os que já eram nossos amigos, que bom iria ser revê-los!... E, quem sabe?, alguns dos nessa altura não eram nossos amigos passariam a sê-lo a partir deste dia!
Já viram o que seria a minha vaidade e a do Cunca a dizermos um ao outro: "A gente já sabia mesmo como ia ser esta coisa das saudades!..."?
Já viram o que seria podermos dar um abraço aos que já nunca mais poderemos abraçar?
Isto não é saudosismo, pois não?... Isto não é lamechice, pois não?...
E.I.C.A.-Abrantes 1969/70, Curso Geral de Comércio, turma 5, ano 1.º
A entrada nesta turma foi quase um choque para mim, e penso que só tomei clara consciência disso quando, sentado na última ou penúltima fila da sala de aula, eu, provavelmente o mais pequenito da turma - ainda por cima, com tantos colegas à minha frente, todos mais altos do que eu - ouvi a professora de Francês dizer: "Como só são 7 os alunos que não são repetentes, eu dou as aulas para os outros, eu falo devagar, e os sete não repetentes seguem com atenção as aulas."
Felizmente, aconteceram depois duas coisas:
Primeira: adorei esta turma, tive colegas fantásticos, que foram sempre excelentes colegas e companheiros!
Segunda: no ano a seguir, a professora de Francês que nos calhou em sorte teve a sabedoria para, qual "revolução de veludo", nos ajudar a recuperar completamente no atraso que levávamos na disciplina.
Agora, como professor, percebo melhor a opção - arriscada, muito arriscada - que a primeira professora de Francês fez.
É verdade, curiosamente, ou melhor, significativamente, o que nos safou a todos, foi o companheirismo da turma. Esta turma fez coisas que ainda hoje não me atrevo a contar em público, ou fora do grupo. Chamo-lhes agora "marotices mansas" que só foram possíveis pelo entrosamento enorme entre todos. Sem ofender física ou psicologicamente fosse quem fosse. Os alunos marotos de hoje em dia teriam muito a aprender connosco. Até parecia que éramos uma turma muito bem comportada!...
Felizmente, aconteceram depois duas coisas:
Primeira: adorei esta turma, tive colegas fantásticos, que foram sempre excelentes colegas e companheiros!
Segunda: no ano a seguir, a professora de Francês que nos calhou em sorte teve a sabedoria para, qual "revolução de veludo", nos ajudar a recuperar completamente no atraso que levávamos na disciplina.
Agora, como professor, percebo melhor a opção - arriscada, muito arriscada - que a primeira professora de Francês fez.
É verdade, curiosamente, ou melhor, significativamente, o que nos safou a todos, foi o companheirismo da turma. Esta turma fez coisas que ainda hoje não me atrevo a contar em público, ou fora do grupo. Chamo-lhes agora "marotices mansas" que só foram possíveis pelo entrosamento enorme entre todos. Sem ofender física ou psicologicamente fosse quem fosse. Os alunos marotos de hoje em dia teriam muito a aprender connosco. Até parecia que éramos uma turma muito bem comportada!...
E.I.C.A.-Abrantes 1969/70, cgc, turma 3, ano 1.º; e turma 4, 1.º
Esta turma é aqui publicada agora em atenção ao José Vitoriano, que pediu, através do Facebook, as fotografias da sua turma.
Acabámos por nos tornar colegas no ano a seguir. Também alguns dos rapazes desta turma transitaram para a turma que partilhámos no 4.º ano.
Lembro-me que mais tarde, na Secção Preparatória, tive a Natália como colega de turma. Da Rosário não digo nada!... Fico à espera que seja ela a dizer, pelo menos já a avisei deste blogue. Vá, Zára, vamos a isto!...
O José António Chambel e eu acabámos por nos tornar primos por afinidade, ele veio a casar com uma prima minha, a Maria da Luz Coelho, que fez o ciclo preparatório também na E.I.C.A.
Acabámos por nos tornar colegas no ano a seguir. Também alguns dos rapazes desta turma transitaram para a turma que partilhámos no 4.º ano.
Lembro-me que mais tarde, na Secção Preparatória, tive a Natália como colega de turma. Da Rosário não digo nada!... Fico à espera que seja ela a dizer, pelo menos já a avisei deste blogue. Vá, Zára, vamos a isto!...
O José António Chambel e eu acabámos por nos tornar primos por afinidade, ele veio a casar com uma prima minha, a Maria da Luz Coelho, que fez o ciclo preparatório também na E.I.C.A.
Da turma 4 do 1.º ano faltam aqui as fotografias do José António Damas Ferreira (n.º 133) e do José António de Jesus Grácio (n.º 134)
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